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gnl - Troquei o vim pelo vi

gnl AT framalistes.org

Assunto: GNU // Linux // Software Livre // Privacidade // Segurança // Linha de comandos

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Troquei o vim pelo vi


Cronológico Linha  
  • From: hrcerq <hrcerq AT disroot.org>
  • To: Lista GNL <gnl AT framalistes.org>
  • Subject: Troquei o vim pelo vi
  • Date: Thu, 25 Jan 2024 20:55:01 -0300
  • Authentication-results: rod3.framasoft.org; dkim=pass header.d=disroot.org header.s=mail header.b=hF7hz76X; spf=pass (rod3.framasoft.org: domain of hrcerq AT disroot.org designates 178.21.23.139 as permitted sender) smtp.mailfrom=hrcerq AT disroot.org; dmarc=pass (policy=reject) header.from=disroot.org

No final do ano passado resolvi fazer um experimento. Troquei o vim [1]
pelo vi como meu editor de texto principal. Não o vi original,
obviamente, mas a "nova" implementação, nvi [2], comum nos BSDs e em
várias distros.

[1] https://www.vim.org/
[2] https://repo.or.cz/nvi.git

Por que fiz isso?

Bem, eu estive lendo alguns artigos em blogs de usuários do OpenBSD, e
nisso esbarrei em alguns que dão dicas, exemplos de uso que achei
interessantes, e também outros citando o contraste de tamanho desses
dois editores.

Alguns até mesmo sugerem uma familiaridade com o editor ed [3] (o que
num primeiro momento me pareceu exagero, mas hoje de fato eu concordo
que ao menos entender a dinâmica do ed vale muito a pena).

[3]
https://bsdly.blogspot.com/2018/04/ed1-mastery-is-must-for-real-unix-person.html

Os editores nvi e vim são dois frutos da mesma árvore. São novas
implementações do vi do antigo UNIX.

Eu costumava pensar no (n)vi como um bom editor, mas um editor
simplório demais e inadequado para tarefas mais sofisticadas, enquanto
percebia o vim como um editor que sempre terá recursos que preciso.
Essa percepção mudou. Hoje, acredito que o vi tem tudo que preciso
(talvez até um pouco mais). Alguns artigos que li [4][5] trazem
exemplos muito claros disso.

[4] https://www.romanzolotarev.com/vi.html
[5] http://why-vi.rocks/

Alguns recursos que você talvez não soubesse que o nvi possui:

* Múltiplos desfazer/refazer
(embora a forma de fazer seja diferente do vim)
* Múltiplos arquivos abertos em uma mesma sessão
* Suspender/retomar sessão
* Abrir um shell como subprocesso
* Execução de comandos do shell no arquivo
(opcionalmente recebendo linhas de entrada e/ou gravando a saída no
arquivo)
* Mostrar/ocultar números das linhas
* Modo de substituição de texto
* Modo de tela dividida
* Buffers / registradores
* Mapeamento de atalhos
* Gerenciamento de tags
* Integração com ctags
* Integração com cscope
* Histórico de comandos (podendo reexecutar algum comando anterior)
* Arquivo de configurações de preferências (.exrc / .nexrc)
* Modo ex (edição na linha de comando, semelhante ao ed)

Alguns recursos do vim que eu usava regularmente hoje me parecem
supérfluos. O modo visual, por exemplo, que eu usava bastante, eu
consegui substituir tranquilamente usando marcadores.

Outros eu diria até que se tornaram indesejáveis. Me refiro
principalmente ao destaque de sintaxe. Sim, isso mesmo. Pode parecer
algo essencial pelo quanto nos acostumamos a isso, para programar, mas
vi argumentos [6][7] muito convincentes em favor do texto em duas cores
(cor do texto e cor de fundo).

[6] https://hakon.gylterud.net/opinion/syntax-highlighting.html
[7] http://www.linusakesson.net/programming/syntaxhighlighting/

Depois de algum tempo editando arquivos com o vi, dentre os quais havia
arquivos de código-fonte ou de marcação, devo dizer que concordo que as
cores mais distraíam para a sintaxe do que contribuíam para o
entendimento da semântica (significado). E o que verdadeiramente
importa é a semântica. A sintaxe é apenas um meio de expressão.

Outra vantagem do nvi é que é mais prático possuir um domínio total do
editor. Nunca me atrevi a ler a documentação completa do vim. Ela é
super extensa. Já a do nvi é basicamente a manpage, que em um dia eu
li, e ao longo de duas semanas mais ou menos fui relendo pra fixar os
pontos que me interessavam, ir configurando o arquivo de preferências
(.nexrc), e fazendo alguns testes.

Mas não me entenda mal, eu não quero desmoralizar o vim, que ainda
considero um bom editor de texto. Apenas trouxe um relato pessoal e uma
proposta de reflexão sobre o quanto sabemos das ferramentas que temos,
e quanto delas somos capazes de extrair. Por vezes, recorremos a
soluções mais potentes apenas por desconhecer o que já temos à
disposição.


--
Att,
@hrcerq

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  • Troquei o vim pelo vi, hrcerq, 26/01/2024

Arquivo provido por MHonArc 2.6.24.

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